quarta-feira, 31 de outubro de 2012


Instantes tão nossos...

Era uma propriedade difícil de explicar,
alguma coisa que vinha naqueles gens peculiares

que se combinavam entre si e faziam de cada hora
de cada momento, uma festa entre seus sentidos exploráveis.

[Não era uma questão de aproveitar momentos, mas
de
UM SER O MOMENTO DO OUTRO]

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Quantos lados têm um sentimento?

Um suspirar profundo. Sentir que o ar  é dono dos pulmões, e que a vida não é mera coincidência.  Uma flor, a encantar a cada vez que sutilmente o vento a faz balançar, como se a cada brisa ela sorrisse e quisesse agradecer por tal sensação, a de liberdade, de contentamento.  Uma estrela cadente, que traz junto de sua súbita passagem um convite a lembrar de um dos desejos e o pedir para o nada, o tudo, ou para a simples sorte de ter desfrutado de tão súbita, tão inesperada visão, esperando que também essa sorte  seja companheira em tal pedido. O som de uma música,  a soar vagarosa e continuamente quebrando o silêncio de uma tarde monótona. O silêncio de uma noite, que ensurdece, traz consigo frio, que leva a sonhar vazio, num momento onde nada mais cabe a não ser o soar de uma voz, o passear de um cheiro. Um sorriso, que brilha, e dá segurança a um bem querer.  Um beijo dado meio ao luar, depois de dias de saudade. O infinito, colocado em palavras na tentativa de preencher uma hora. O tudo e o nada fazendo companhia um ao outro, e ambos se sentindo completos. Um meio termo entre o concreto e o abstrato, o real e o imaginário. Um sentimento e um dos seus lados, com face refém de circunstancias que definem um momento e um sentir é o que chama meu pensamento a dar uma resposta a tal questionamento. Quantos lados têm um sentimento?

Um sentimento não teria a meu ver lados, mas circunstancias que o definem perante outras circunstancias. Circunstancias em numero demasiado grande, cada uma dada pelo passar de um momento, que a define de acordo com a intensidade da emoção dos que o fazem. Ou seriam lados, que em paralelo, numa união perpendicular, ortogonal, que geometria nenhuma explica, fariam uma junção, e se fariam um só. Fato é que brincar com palavras também não é suficiente pra preencher um lado, na verdade faz-se também um, que também se pergunta quais são os outros. A verdade é que são lados com circunstancias peculiares, que o representam de acordo com o momento, e que não mais seriam definidas pelo momento e a intensidade dos que o fazem, mas o inverso, sendo a circunstancia definida pela essência de quem a faz, um fruto da visão de cada um sobre o que o cerca, e o momento uma conseqüência de circunstancias dadas pela circunstancia que sob o lado define o tempo e o espaço, e o modo com que as coisas se dão ao seu redor, assim, num reflexo direto do que se vê como sendo a circunstancia  a definir.

Ainda pode-se considerar que tudo depende do conceito que se tem de sentimento. O que seria sentimento do ponto de vista de quem está no meio do nada, olhando a lua no céu querendo se esconder atrás de nuvens, sendo que a lua era a única companhia do humilde observador? Nesse caso sentimento certamente não seria algo bom, que dirá algo que tem lados ou circunstâncias que se definiriam por outras circunstancias. Mas tem-se no contexto um exemplo do citado acima, se considerar-se que o humilde observador tem seus sentimentos, sua essência como sendo um lado, com circunstancias definidas pelo sentimento que ele tem ao observar sua solidão perante a possibilidade de ver a lua se esconder, definindo assim o momento em que a circunstancia  de seu sentimento seria refletida em demasiada tristeza, por estar só, ali, meio ao nada, e sem a lua. Portanto, são lados, com circunstancias que definem momentos que por sua vez dão-se a emoção, que por sua vez tem sua intensidade definida pela essência de cada um.

Mas, por outro ver, se a idéia fosse considerar quantidade de lados... Não seriam muitos. Muitas seriam as circunstâncias dadas por cada lado. 

domingo, 21 de outubro de 2012



O Amor'...


Um estado de exceção dentro da alma, lá onde o azul de uma vida se junta as verdes esperanças de outra, onde tudo se faz um lindo e excepcional encontro.

Uma estado de exceção dentro da alma que leva a transcendência  todos os pequenos detalhes, os simples gestos, os beijos, e tudo que é repartido, compartilhado, sentido.
Ah o AMOR'... esse sublime desconhecido que silenciosamente arranca suspiros.

As palavras convidam a expressá-lo, como um desafio a tocarmos o céu, e acabamos por querer também a lua e as estrelas, e ainda assim não teríamos algo que nos ajude a definir, e tudo acaba por ser soma, a formar-se uma só coisa, o desconhecido amor.

O limite se faz também desconhecido, a dimensão é incalculável, impera o querer,  sentindo a transcendência que reveste cada momento em que nos entregamos a junção de cores e detalhes que se fazem únicos, e nos fazem sorrir...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Desejo...

Entre horas em que por força da saudade passamos por cima das barreiras do limite e da razão, e somos levados a um ponto de encontro onde entrelaçados fazemos inexistente o mundo onde outrora nos fazíamos vida, e levamo-nos ao mundo abstrato, onde apenas sentimos, queremos, e nos damos à imperativa vontade de entregar-se por contentamento para aquilo que já não sabemos mais o que é, ou como é, mas que apenas tem poder sobre nós, nos tomando, a cada segundo que passa, o domínio dos sentidos, fazendo entregarmo-nos a intensidade e o prazer do toque, do cheiro envolvente, das palavras sussurradas meio ao desejo que,  já dono do momento,  faz arrepios, é quando somos levados a conhecer a dimensão do que temos entre o sonho e a majestoso e indecifrável prazer de sentirmo-nos também carne, a trocar calor, caricias. É quando em meio ao desconhecido, fala mais alto o desejo de sentir os corpos nus, entrelaçados de amor, e entregues ao momento como duas almas que, pelo domínio do desejo e da paixão, dão se a carne e o prazer. É ir ao infinito...
DO TEU CHEIRO...

‘O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias.
Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu.’
[Caio F.]