Com saudade...

     Sem questionar-me, sem que pergunte o que é, por favor, não permito-te discursões, relatos, não obrigue-me a falar de saudade, não mais do que já tanto falei, ou te falo. Só senta aí e lê, só lê e se encontra, só lê e pensa com carinho, com um pensamento que vai até aquele nosso tempo de risos e descobertas, medos, incertezas e timidez. Ah, meu amor’, cristalzinho de ternura, eu repito pensamentos tentando me convencer de que: será que a gente se perdeu, ou se achou? Por que nossos caminhos apontavam para um horizonte de encontros, e será que não tem uma esquina para gente se cruzar vezenquando: a cada hora? Será que não tem um telefone com sinal conectado a ouvir sua voz ecoando 24hs, um e-mail reservado, uma hora na agenda, qualquer coisa que signifique que tem espaço para gente em nossas emoções? Tem espaço pra você aqui, você preenche-me coração, alma é meu complemento, se essas coisas fossem simples de dizer/acontecer... Seria bom se as coisas pudessem ser simples, se você ligasse ou se eu ligasse, se alguém se prontificasse a dizer "quero te ver mor" e você ou eu ou os dois juntos dissessem "tudo bem, vem mor, rsrs L corre". Bastava uma palavra e eu queria ir, um abraço e eu nunca mais te soltaria...

     Não tenho gritado a saudade, apenas a expresso, porque tenho medo de parecer uma boba; não tenho dito o quanto me importo porque se o outro não disser primeiro, ninguém diz; em várias vezes agente é assim: não corremos atrás do que nos faz feliz porque talvez a corrida seja longa demais e tememos não ter fôlego. É, eu sei. A gente só precisa lembrar que o fôlego é à vontade. É ela que nos faz correr, atravessar oceanos, construir pontes nos abismos. Por isso escrevo: porque tenho vontade de estar contigo, de te ver sorrir, de te ver caminhar, paparicos, beijos, entrelaços de aconchegos, amor’ e gravar na minha mente pra imitar depois, e ouvir meu riso e sentir meus guizos de fios de felicidades.

     Tô com vontade de você, do seu calor, da nossa mistura de seres, do abraço de alma mágico que me faz entontecer, das coisas bonitas que nossos momentinhos nós traz. Tô com vontade de te fazer sorrir, de ser o motivo do seu atraso, de ser o ombro ali do outro lado quando você precisar de um abrigo. Tô com vontade de você, do que nunca vivemos, do que deixamos no fundo falso da gaveta. Tô com vontade de te ter por perto, de saber poder discar teu número, chamar teu nome, aparecer numa manhã de domingo, te fazer um café e te levar a cama, cantar uma canção e acordar lhe com mimos de atenção, te cuidar’. Tô com vontade de ser tua melhor companhia, a pessoa a quem você recorre pra dizer tudo e nada, pra sorrir, chorar ou ficar em silêncio. Tô com vontade daquela companhia impecável, sem receios entre nós dois, de olhar em seus olhos que desnudam encantos. Tô com vontade de esbarrar em você naquela esquina ou numa outra qualquer e nunca mais sentir esta distância, esta saudade que me causa tanta falta sua. Tô com vontade e saudade de te ser parte essencial, e te fazer em minha vida.

     Tô com vontade de te dizer que só lembrar seu rosto me faz feliz, que você é uma das pessoas mais especiais e não-quero-perder-nunca que já conheci. Esse meu apego tem explicação: o bem que você me faz, O QUÃO EU AMO’. Um bem sem tamanho. Gosto de pensar que a gente nunca vai se perder, que em muitas vezes os desencontro é só um impulso a um encontro sem possibilidade de fuga. Me faz sorrir e lagrimas pensar assim, me faz um embaraço e um tuc-tuc em meu coração, um agito no sangue que percorre meu corpo... Enquanto isso, te escrevo, porque toda essa vontade ainda é soterrada por desafios ou de não ser entendida, de estar longe demais de você e te faltar toda essa vontade que me sobra... Mas, de um jeito ou outro: estou contigo. Te sinto juntos, porque o que nos une vai além daquelas coisas que a gente pode entender. Te carrego comigo, feito oxigênio, feito tudo aquilo que é feito pra ficar, que é necessário. Nos dias de maior saudade, reviro lembranças, pensamentos, palavras e consigo sentir seu cheiro e ouvir sonzinho de sua voz, aqui bem perto, comigo. Gosto de escrever algo que te alcancem. Nos dias sem você, faço de conta que acostumei. Mas não acostumo. Sua falta incomoda demais pra eu fazer de conta que não existe; sua falta está aqui, latejando em mim, me impedindo de esquecer. Te quero tanto, um querer sem dimensão, meu mor, minha sanidade, meu orgulho, ou o que quer que seja...

Com AMOR'.

Com saudade e vontade de você, eu.